sábado, 25 de dezembro de 2010

SMN, versão 500...

Escrevo hoje mais um pequeno comentário meu, em pleno dia de Natal. Efectivamente, não me parece nada mais apropriado do que falar, neste célere dia, senão de prendas, afectividade e amizade.
Contudo, vou falar do nosso SMN (Salário Mínimo Nacional), algo que tem sido discutido nos últimos dias e que diz respeito a muitas centenas de milhares de famílias portuguesas. A principal razão pela qual escrevo vem na sequência de uma acesa discussão de jantar de Natal, na qual se contestava a razão de ser da não subida do SMN para 500 euros no início deste próximo ano, decisão polémica, com a qual eu concordo plenamente, dado os tempos difíceis que vivemos.
Para muita gente é uma decisão de difícil aceitação, como eu compreendo mas, se a mesma se concretizasse, estaríamos perante algo desconcertante para as empresas de pequena e média dimensão, ou seja, falando de empresas que, com maiores ou menores dificuldades conseguem resistir aos desafios, que até ao momento, lhes são propostos. Imaginemos o seguinte caso: um aumento de 25 euros (passando o SMN de 475 para 500 euros), por cada pessoa empregada; uma empresa com 50 empregados; a mesma encontra-se com dificuldades de tesouraria. Com este pequeno cenário, vejamos que as mesmas teriam um acréscimo de custos de 1250 euros mensais, o que representa mais 15000 euros anuais. Agora vejamos, se uma grande parte das PME tem dificuldades em competir nos mercados cada vez mais globais, como seria com aumentos de salários desta ordem? O grande problema reside no facto de, nos últimos 20 anos, o crescimento dos salários ter sido muito maior do que a produtividade, o que nos levou à situação de grande divergência, no que toca a competitividade, em que nos encontramos, relativamente à UE.
Por muito que eu gostasse de ver grandes aumentos no nosso SMN, que cada vez é menor, tendo como termo de comparação os outros países membros da UE, é impossível sustentar os mesmos, sem que sejam acompanhados de aumentos de produtividade, o que não tem acontecido nos últimos anos em Portugal.
Mais uma vez, a base do problema se encontra no grande défice da nossa educação, algo que, nos últimos anos, tem vindo a ser combatido, esperemos com o sucesso que todos nós pretendemos, algo que só saberemos a longo prazo.
Até que tal não aconteça, apenas nos resta continuar a trabalhar e contentar-nos com o que temos, sem esperar grandes subidas de salários, sob pena de nos perdermos ainda mais na núvem de pó onde nos encontramos e que teima em ficar, fruto da nossa exigência para com todos, menos para connosco mesmos.

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