segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Dívida e a Poupança

Neste meu artigo, vou falar sobre dois conceitos sempre bastantes mediáticos que nos habituámos a ver nas notícias do dia-a-dia, a dívida e a  poupança.

Podia falar de quaisquer outros indicadores, como as exportações, importações, investimento, consumo, impostos, taxas de juro , entre outros... mas decidi falar destes porque os considero de uma importância fulcral na nossa economia, não menosprezando os outros...mas falando destes, podemos abranger todos os outros e vice-versa.

Entretanto, falo de dívida e poupança uma vez que, na minha opinião, a maioria dos portugueses não têm grandes conhecimentos de finanças pessoais, que eu considero fundamentais. Como principal razão para esta minha realista e preocupante visão aponto algumas estatísticas que quase todos nós conhecemos, que revelam que a maioria dos portugueses fazem aplicações em depósitos a prazo ou certificados de aforro, tendo subjacente uma remuneração nominal, muitas vezes aquém da inflação (remuneração real negativa), o que dá a entender a grande iliteracia que domina os pequenos "investidores" portugueses.
Outra estatística importante, refere-se ao grande endividamento que os particulares do nosso país apresentam actualmente, que se revela bastante angustiante e pouco animador em relação ao que nos espera o futuro mais próximo que, como todas as notícias apontam, será bastante complicado para os portugueses, "exogeneizando" todos os outros problemas, que infelizmente são mais que muitos.

Com isto, voltando ao que me levou realmente a escrever este artigo, defino como grande prioridade a formação dos portugueses em questões fundamentais como são as finanças pessoais. Aponto como importante medida a leccionação de vários cursos para o efeito. Infelizmente, em Portugal, não há muitos autores que tenham escrito sobre o assunto, mas revelo pelo menos um grande nome que tem estado em destaque nos últimos anos, Pedro Queiroga Carrilho, é sem dúvida um autor revelação no que toca a economia e finanças, tendo publicado três grandes livros ("O seu primeiro milhão" e "O primeiro milhão para casais" e já este ano "Descubra o milionário que há em si"), como também leccionou vários cursos de finanças pessoais.
Ao nível do ensino secundário, a introdução de um disciplina sobre o tema, seria bastante benéfico, tendo, por certo, grandes resultados a longo prazo.

Estas são as minhas soluções no que toca a este tema tão importante que evitariam alguns do problemas com os quais nos defrontamos actualmente. Pois, a poupança líquida negativa tem um efeito nefasto nas nossas contas que mais uma vez contribuem para o tão falado défice externo. Com mais poupança e mais responsabilização por parte das pessoas em relação aos créditos essenciais a realizar, os bancos não teriam de depender tanto da captação de fundos no exterior. Contudo, é também um papel importante, os bancos arranjarem mecanismos de cativação de fundos entre os particulares, nomeadamente, "tratarem" melhor os seus clientes, com remunerações mais atractivas para as suas aplicações.

Pedro Amaro



2 comentários:

  1. Caro Pedro,

    Duas notas que gostava de fazer:
    muitos dos portugueses que subscrevem poupanças como certificados de aforro fazem-no a longo prazo, com vista às taxas mais altas após os 2 anos de depósito... com efeito, para pequenos investidores (com menos de 500€) não há grandes alternativas! Grande parte dos investimentos sem risco dos bancos exigem normalmente um depósito mínimo de 1000€... e mesmo esses nem sempre são bem remunerados, mas aqui surge outro ponto: qualquer taxa de juro é melhor que nada :)


    Quanto à educação sobre finanças empresariais, concordo plenamente contigo, é um bem essencial à educação de qualquer povo!! Infelizmente os supostos conhecedores profundos destas matérias, os economistas, raramente se dão a estes "trabalhos menores". Se vires bem, o Pedro Carrilho é Engenheiro Informático! Tudo o que nos falta é um economista que pegue nesta ideia e avance..

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  2. Olá João,

    Com efeito, dou-te razão no que dizes, mas a verdade é que os pequenos investidores portugueses são bastante avessos aos risco, pelo facto de não terem grandes conhecimentos das aplicações financeiras disponíveis que, actualmente, têm à disposição. Aliás, qualquer livro de investimentos aponta essencialmente essa razão para o facto de as pessoas não investirem mais em bolsa, o que contrasta com o verificado nos EUA, por exemplo, onde a maior parte das pessoas aplica as suas poupanças em acções.

    Com isto, não me refiro a todas as pessoas, como tu bem referes, nem toda a gente tem possibilidades de fazer grandes investimentos, mas há casos e casos.

    Mas dou mais um bom exemplo de "indisciplina financeira". Acontece que há um excelente livro intitulado de "As 9 Decisões Financeiras da sua Vida: Guia para lidar bem com o seu dinheiro", no qual o autor, Moshe A. Milevsky, faz um grande estudo do comportamento da sociedade norte-americana em matérias de análise financeira(como dá para ver, até nos EUA as pessoas têm comportamentos ditos "irracionais" no que toca à gestão do seu património), no qual o mesmo constata que uma grande parte da população tem dívidas em cartões de crédito, pagando juros bastante elevados, e tendo um depósito à ordem com dinheiro, o que é um comportamento deveras reprovável.

    Apenas dei mais este exemplo, para fazer um pequeno complemento a este tema, que acho muito importante para todos nós, pois muitas vezes se vê que as pessoas não agem de forma racional, em termos financeiros e mais uma vez aponto como principal causa a falta de conhecimento na matéria e a necessidade de fazer algo para combater esse problema.

    Cumprimentos,

    Pedro Amaro

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