sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A incompetência do costume...

Na passada quarta feira, após cinco dias de negociações entre os dois maiores partidos com assento parlamentar, as mesmas foram suspensas, causando um certo mau estar entre todos nós que mais uma vez vemos que os nossos supostos representantes não têm capacidade para desempenhar os cargos que exercem, algo que se constata há já bastante tempo. Após as jornadas de negociações, onde não intervieram nem Sócrates nem Passos Coelho, as acusações choveram, tornando ainda mais dramática a situação em que vivemos.
Em suma, indo contra ao que escrevi no meu último texto, afinal as partes citadas nem um acordo conseguem estabelecer, preferindo fazer jogadas políticas que mais não servem do que para desestabilizar os mercados e descredibilizar a nossa tentativa de conseguirmos ultrapassar a crise que vivemos.
Com isto, os nossos “políticos de plástico”, dada toda a indefinição, precisaram de mais um puxão de orelhas proveniente do Conselho Europeu e do Presidente da República, Cavaco Silva (ainda que Sócrates não o admita), para de uma vez por todas perceberem que não estavam a jogar aos dados, pois o tempo não abona em seu favor. Mais uma vez se percebeu a crescente dependência face aos nossos parceiros europeus e se as coisas continuarem na mesma, o mais certo é ficarmos a depender do que os outros pretendem que nós façamos.
Por aqui se percepciona a incompetência dos nossos políticos que apenas pensam no seu umbigo, com o âmbito que amealhar o maior número de apoiantes possível. Ainda não se consciencializaram do grande deficit que existe no que toca ao interesse pela política. Quem fica a perder somos todos nós, que mais uma vez iremos sofrer com as medidas duras que há muito haveriam ter sido tomadas ou até nem fossem necessárias, se a devida provisão dos tempos difíceis que se adivinham tivesse sido feita.
Com isto, vejo o acordo ser selado a esta hora, depois de uma semana de negociações, de toda a polémica e ansiedade desnecessárias, que não foram bem geridas. Infelizmente, a ponderação e coerência não são qualidades que os nossos políticos têm, para mal de todos nós, que continuamos a sonhar com os gloriosos momentos de outrora, mas apenas nos é oferecida a incompetência dominante do costume.

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